Diz-se que Abraham Lincoln levava uma cópia de Euclides consigo a todo lugar. Tarde da noite, à luz de lamparinas, botava-se a estudar. “Você nunca poderá ser um advogado se não entender o que significa demonstração”, dizia ele.
Este, meus caros, depois da Bíblia, é o livro com o maior número de edições. Por séculos, todo intelectual sabia, ao menos em partes, Os Elementos. Platão, em sua academia, diz uma anedota, não admitia “ageômetras”.
Esta obra é um monumento da Civilização Ocidental. Nela, com primor, aprende-se a fazer um raciocínio dedutivo e a demonstrar o que se afirma. Encontra-se, em completude, o método axiomático, que consiste em deduzir conclusões irrefutáveis a partir de um conjunto de postulados. Em suma, aprende-se a raciocinar e argumentar; eleva o espírito que, com o pensamento, chega em verdades necessárias.
Ademais, além de ser uma obra de matemática, é uma obra filosófica. Já no Livro I, Definição 1, abrem-se as portas da filosofia: “ponto é aquilo de que nada é parte”. Todo o projeto filosófico grego, sob certos aspectos, incorpora a metodologia euclidiana. A busca pelos princípios primeiros é a busca de postulados iniciais.
Leiam Euclides, meus caros, e se tornem mais inteligentes. Uma obra basilar. Uma grande conquista do espírito humano. Todo estudante sério deve ler Euclides.
Os Elementos? Elementar!