Todo homem, enquanto homem, depara-se com duas questões elementares. O que eu vou fazer da minha vida? E o que eu vou fazer da minha morte?
Hoje, quero tecer alguns comentários sobre a segunda questão. O que vou fazer da minha morte?
Penso que a melhor resposta para essa pergunta é uma resposta afirmativa à chamada universal à santidade. E essa santidade se dá segundo a condição e vocação específica de cada um. Santidade na vida monástica e religiosa, santidade na vida celibatária, santidade na vida clerical, santidade no matrimônio… Faz-se necessário, porém, destacar três pontos de suma importância para poder alcançar a santidade. União com Deus, ordem na vida e eficácia no trabalho.
União com Deus: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”, diz nosso Senhor. Um profunda e íntima relação com o Senhor é necessária. Na verdade, precisamos fazer jus ao primeiro mandamento do decálogo: Amar a Deus sobre todas as coisas, que, por sinal, é primeiro por primazia de Deus em nossa vida para que a nossa vida seja uma vida que valha a pena ser vivida. A união com Deus é o ponto fundamental que faz com que a ordem na vida e a eficácia no trabalho sejam consequências.
Ordem na vida: Uma vida ordenada possibilita a atualização de potências existentes em nós que, de outra forma, não aconteceriam. Tudo por amor a Deus. Se podemos mais, devemos fazer mais. E para fazer mais, ordem. Temos que aproveitar muito bem o tempo – o tesouro do tempo – e todas as qualidades pessoais que o Senhor nos deu para fazê-las render ao máximo.
Eficácia no trabalho: Imitar a vida oculta de Cristo. Trabalhar muito e trabalhar bem. E aqui, meus caros, reside o poder santificante do trabalho bem feito, cumprimento do dever e sacrifício.
Penso que só assim escapamos do pó do qual viemos. Com um plano de vida que cumpra o plano de morte. Que dá sentido e conteúdo à nossa biografia. Assim, meus amigos, lá no fim, quando tudo se for e a solidão escura chegar, a Vida há de acontecer. O túmulo ter-se-á esvaziado e a Vida ter-se-á começado.